O título do VITÓRIA, a humilhação ao Bahia e a FBF

Antonio Matos
21/05/2013 às 09:39
Usando um jargão muito comum no ambiente esportivo (e, em especial, no futebol), afirmo, sem medo de errar, que o Vitória sobrou neste campeonato baiano, encerrado domingo, debaixo de muita chuva, no Barradão. Na verdade, a competição apenas formalmente acabou ali, com aquele empate de 1 x 1, frustrante para os rubro-negros, esperançosos por um outro triunfo, de preferência com uma nova goleada. 

   Ela já tinha terminado desde o domingo anterior, dia 12, quando o Vitória massacrou o Bahia, derrotando-o por 7 x 3, num jogo em que Dinei mostrou o porquê do técnico Caio Júnior insistir em, contrariando muita gente, mantê-lo como titular do time.

   Certo que o Vitória andou tropeçando no Botafogo, na Fonte Nova, e no Juazeiro, no Barradão, jogando muito mal e que perdeu também, no Adauto Moraes, para oJuazeirese, nas semifinais, quando optou por administrar o resultado, após a goleada de 4 x 0 imposta ao adversário no jogo de ida, mas nada que o tirasse do rumo. Nas 12 partidas que fez pelo campeonato baiano, venceu oito vezes e marcou 29 gols. Ganhou três dos quatro Ba-Vis, sendo duas de goleadas: 5 x 1, na inauguração da Arena Fonte Nova, e 7 x 3, na primeira final, também na Fonte Nova.

   Embora o Juazeiro tenha se destacado na fase inicial da competição – sem as presenças do Vitória, do Bahia e do Feirense, que disputavam a Copa do Brasil – e do excelente desempenho do Juazeirense na segunda etapa do certame, não há como negar que foi o Vitória o melhor time do campeonato. 

   Repetindo o jornalista esportivo Darino Sena (Rede Bahia), sempre equilibrado em suas análises, foi dos mais justos o título conquistado pelos jogadores rubro-negros. Com o melhor elenco disparado dentre todas as equipes, com um técnico moderno e criativo emuito organizado também fora do campo, soube pavimentar o caminho para chegar ao pódiumsem sobressaltos.

   Um breve comentário sobre o Bahia e a Federação Baiana de Futebol. Não fosse um regulamento protetivo para a dupla Ba-Vi (imposto pelo Conselho Técnico da FBF  e aceito, à exceção da Juazeirense, passivamente pelos demais clubes), o Bahia nem as semifinais chegaria. 

Com elenco limitado e um time com muito poucas opções, caminhou se arrastando, sem méritos, até a decisão do campeonato, graças a regras exdrúxulas que permitiram que só entrasse na disputa na segunda fase e que previam a classificação para as semifinais dentro do grupo,  evitando-se assim confrontos com o Vitória nesta penúltima etapa do campeonato e a possibilidade de ficar de fora da Copa do Brasil de 2014.

   Sem querer, a Federação Bahiana de Futebol, com sua desnecessária blindagem à dupla Ba-Vi, acabou concorrendo decisivamente para que o Bahia, de tantas tradições e com uma massa torcedora inigualável, fosse humilhado pelo Vitória em, pelo menos, dois massacrantes clássicos realizados este ano.


*Antônio Matos, jornalista e delegado de Polícia,é ex-presidente da Associação Bahiana dos Cronistas Desportivos 
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